Neste artigo, viajaremos ao longo de vários séculos para descobrirmos as origens do teatro, que surgiu não voltado para a reflexão, entretenimento ou até mesmo pela crítica social. Ele apontou como um rito a homenagem ao deus grego do vinho, Dinonísio. Era realizada uma celebração com músicos tocando flautas, bailarinos, tambores e um coro declamando vários versos à divindade.
Essa forma de apresentação, por volta do século VI a.C começou, então, a sofrer transfigurações, , quando Téspis, considerado o primeiro ator da Grécia, introduziu alterações nesse rito, ao colocar em cena uma personagem que conversava com o coro. E essa personagem era denominada de protagonista. Desde então, Téspis começou a percorrer todo o território grego em uma carroça apresentando para a plateia a sua novidade.
Paulatinamente, essas apresentações ganharam novos formatos e seus enredos foram ganhando mais complexidade. Dionísio passou a não ser mais o tema central e foram surgindo novos personagens e histórias de variados deuses.
Os conceitos de tragédia e comédia foram desenvolvidos pelos gregos que em suas histórias de trágicas retratavam jornadas de sacrifício, dor e terror. e As comédias eram apresentadas por pessoas comuns, retratando personagens que envolviam humor, crítica social e ironia.
A evolução do teatro grego
O teatro grego viveu o seu auge no século V a.C, quando três importantes dramaturgos se destacaram: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Eles foram responsáveis por significativas mudanças na elaboração dos enredos teatrais.
Ésquilo(525 a.C.-456a.C) foi o responsável pela introdução de um segundo ator nas apresentações, reduziu o papel do coro e privilegiou a fala das personagens em detrimento dos cantos, Das cerca de 90 peças que escreveu, apenas 7 chegaram até nós.
Assim como Ésquilo, Sófocles( 496 a. C- 405 a.C) também inovou o teatro, ao acrescentar um terceiro ator em cena e ao aumentar os diálogos. Para muitos estudiosos, com Sófocles a tragédia grega atingiu a perfeição. Embora em suas peças a mitologia tenha servido de inspiração, sua maior preocupação era com o caráter humano das personagens. Das sete peças que chegaram até nós, destacam-se Édipo Rei e Antígona.
Com Eurípedes, o coro parou de participar as ações e passou a fazer apenas comentários sobre o desenrolar da trama. Das suas mais de 80 peças são conhecidas 18, nas quais se percebe o cuidado do autor na construção das características psicológicas das personagens.
Além da tragédia, outro gênero bastante apreciado era a comédia. Seu principal representante era Aristófanes(447 a.C.-386 a.C), em cujas obras ridicularizou estadistas, generais, poetas, filósofos.
FEIJÓ, Martin Cezar. A democracia ed. São Paulo: Ática, (adaptado)