CONTO: O Moleiro de Sans- Souci, por François Andrieux

François Andrieux ( 1759-1833), poeta, advogado e dramaturgo francês, narra no conto O Moleiro de Sans-Souci, a história ocorrida na Prússia do rei Frederico II, que tomou a decisão de construir um castelo na encosta de uma colina em Potsdam, nas adjacências e que foi batizado de “Sans Souci”( do francês, sem preocupação).

Frederico II decidiu por ampliar o castelo, não bastando a estrutura sumptuosa que lhe servia, mas o rei esbarrou com uma questão: Descobriu que um enorme moinho, pertencente a um pacato morador das redondezas, impedindo, assim o rei de avançar com as suas obras.

Diante disso, o rei ordenou que fossem oferecidas algumas sacas de ouro ao vizinho, decidido a comprar os moinhos, a fim de estender seus domínios ,mas o moleiro recusou-se a entregar seu único patrimônio familiar, pois ali tinha um grande laço afetivo, último local que seu pai residiu e onde residiriam seus filhos. Então disse que nem por todo o ouro do mundo venderia.

Aborrecido com a recusa, o rei acirrado tinha que arrumar um jeito de colocar o moleiro em seu devido lugar, aí então proferiu ameaças , dizendo que confiscaria a terra:

… ” Você bem sabe que, mesmo que não me venda a terra, eu, como rei, poderia tomá-la sem nada lhe pagar”, depreciativo, o rei.

E o moleiro com toda a a sua tenacidade disse:

“- O senhor? Tomar-me o moinho?

Só se não houvesse juízes em Berlim… retrucou o moleiro, combativo.

” Assim, Andrieux extrai a frase” Ainda há juízes em Berlim” como forma de reafirmar a confiança nas leis, nos juízes e na eminente função da qual tenham sido investidos. O âmago da justiça, portanto, habitaria na certeza daquele moleiro de que mesmo o rei deveria submeter-se ao ordenamento jurídico. Os juízes, por sua vez, deveriam primar para que o devido processo legal ocorresse sem emendas e a fim de que eventuais arbitrariedades fossem proibidas”.

Você já ouvir falar neste conto?

Espero que tenha gostado, pois cada artigo é preparado com muito carinho para você, leitor, saborear a diversidade da literatura.

Silvia Barroco

Advogada, professora e escritora.

Silvia Barroco

Silvia Helena de Araujo Barroco, brasileira, casada com Alexandre D`Oliveira, mãe do Joaquim, um lindo jovem também apaixonado pela Literatura .Advogada e professora, há 30 anos atuando na área Educacional e há 15 anos na prestação de consultoria jurídica na áreas administrativa e empresarial. Sempre teve como missão: O Servir ao próximo, seja como servidora pública na Área de Educação e como patrocinadora dos interesses jurídicos de seus clientes em seu escritório particular de advocacia. Atualmente presta Consultoria Jurídica Internacional para a Europa e EUA para quem deseja imigrar com responsabilidade, pois tal decisão vai muito além de uma transposição de fronteiras. Além da ALALS, é Membro Imortal da ALAG- Academia de Letras de Goiás. Participou com seu poema inédito:" O Encorajar do Século XXI", da Antologia em Tributo à Cora Coralina, mulher que exala poesia há séculos, desde os rincões de Goiás. Silvia Barroco em seu livro- Mentes Cauterizadas- retrata a importância da sensibilidade humana para uma salutar convivência social. Vem realizando também, um aprimoramento da doutrina filosófica que busca o conhecimento do ser humano, da natureza e do universo.

Todos os posts