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Escrita em frangalhos

Escrita em frangalhos

Sumário

Escrita em frangalhos

Os nossos antepassados usaram inicialmente a linguagem verbal como forma de comunicação. Várias foram as pesquisas em busca de uma protolíngua – uma que veio antes do tipo de língua que você está lendo hoje- mas não se tem ideia de quais foram as primeiras palavras.

Os vestígios que os nossos ancestrais deixaram foram os sons que os primatologistas (especialista em primatas)chamariam de palavras para indicar algum perigo, por exemplo, como a presença de predadores.

Desde os primórdios, a linguagem desempenhou um papel primordial no desenvolvimento da sociedade humana. A necessidade de comunicação para viver em sociedade foi sendo aperfeiçoada para atender as demandas postas.

” Só os seres humanos usam a linguagem verbal, algo que nos torna únicos, entre todos os animais” diz Maggie Tallerman, professora de linguística da Universidade, Newcastle, na Inglaterra.
” A língua é uma das complexas características que nos tornam humanos”, diz Robert Foley, antropólogo e professor de evolução humana na Universidade Cambridge.

Como todo processo histórico, a comunicação passou por diversas fases e a escrita foi um grande linde na história da humanidade.

Conforme evidências arqueológicas, a escrita teria iniciado entre 3.500 a. C e 3.000 a. C., haja vista a necessidade dos sumérios de controlarem o pagamento dos tributos, os estoques de alimentos e as transações comerciais.

A escrita foi ganhando um relevante papel na sociedade suméria, surgindo então, a figura do escriba- aquele que na Antiguidade dominava a escrita e a usava para redigir textos, registrar dados numéricos- etc…

Dessa forma, como poucas pessoas dominavam a arte da escrita, os escribas possuíam grande destaque social.

Abro aspas “a arte da escrita é essencialmente humana”, ou seja inerente a cada DNA de leitor e escritor. A psique contemporânea em sua morbidez criativa, encontra-se aprisionada pela fobia aos avanços tecnológicos postos e que ainda estão por vir, mas esses seriam os grandes algozes para o escritor atual?

Com o atual tecido social, no qual vislumbro tantos humanos insensíveis aos sofrimentos alheios, chego a seguinte conclusão: o homem é o maior algoz da atualidade, e está em frangalhos, juntamente com a sua sensibilidade de exteriorizar o verdadeiro espírito de suas palavras, através do tecer das palavras escritas. A tecnologia é uma ferramenta a serviço do homem, a fim de aprimoramento dos várias habilidades e saberes sociais, e que possamos fazer dela um instrumento para o aprimoramento de nossas atividades, e não uma arma neutralizante de nossas capacidades intelectivas e criativas.

Quando falamos de escrita, logo vem à mente, a caligrafia, que é arte da escrita bela. O termo deriva das palavras gregas graphein (escrever) e Kallos( bonito).

Hodiernamente, as telas, os teclados, ganham cada vez mais corpo na mundo da linguagem escrita, mas que todo o avanço histórico do processo da escrita, em especial o dos Escribas na sociedade suméria não seja sepultado pela falta de sensibilidade das máquinas.

Parafraseando o memorável poeta Português, Fernando de Pessoa:

” Os estímulos da sensibilidade aumentam em progressão geométrica: a própria sensibilidade apenas em progressão aritmética.”

Que tenhamos intrínseca essa reflexão para o nosso constante aprimoramento enquanto humanos, a fim de termos como nossos servos às máquinas, e assim prosseguirmos na nossa evolução do “Ser” e consequentemente no processo da arte da escrita, seja ela através dos teclados ou da caneta esferográfica.

O que é inaceitável é assistirmos passivamente a falência do pensar e da essência humana, pelo psiquismo tecnológico.

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