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Os escombros da Guerra

Sumário

No decorrer dos séculos a humanidade vivenciou diversas formas filosóficas de crenças, culturas idiomas, convivendo em diversificados grupos sociais. E o que sempre foi registrado durante todo esse tempo é a GUERRA, que segundo definição de alguns dicionários, caracteriza-se pelo conflito armado entre estados, governos, sociedades, insurgentes, seja por disputas políticas, territoriais…

Há diversos estudos arqueológicos realizados por vários historiadores, os quais indicam que a primeira Guerra da Humanidade, ocorreu há 12.000 anos atrás, pois foram descobertos corpos no Cemitério Mesolítico de Jebel Sahaba, atual Sudão. Nestes sítios arqueológicos foram encontrados corpos, identificados com ferimentos profundos com lasca lítica de um projétil ainda entalhada no osso. Tais estudos aventam que os conflitos eram motivados por questões de sobrevivência, na luta por água, comida e moradia.

Desde então, conforme a civilização foi “evoluindo” os conflitos foram se intensificando em larga escala. Vários foram os conflitos e Guerras Mundiais que a humanidade atravessou até então, o que dificulta mensurá-los no presente artigo através de TIMELINE.

No corrente ano, em todo o mundo, quantifica-se mais de 50 conflitos armados, sendo considerados como de grande escala, ao menos: guerra entre Hamas e Israel, a invasão russa contra a Ucrânia e também guerras civis no Iêmen, Mianmar e Síria.

As guerras eclodiram mundo a fora, principalmente por injustiças. Santo Agostino de Hipona que foi o criador da doutrina da guerra justa, a qual estabelece as condições em que a guerra é uma ação moralmente aceitável. Segundo ele, a guerra é considerada justa atendendo alguns critérios, que dentre eles citarei três: uma reação ao mal, uma necessidade, feita para defender a comunidade contra a invasão de inimigos ou para manter a paz interna. Faço uma analogia à Doutrina de Santo Agostinho com o Instituto da Legítima Defesa, disciplinada no art. 25 do Código Penal Brasileiro:

” Age em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, de forma razoável, usando os meios necessários.

Exemplificando, se você percebe que uma pessoa vai sacar uma arma em sua direção com a intenção de dar cabo a sua vida, caso tenha uma arma, você irá se defender, sem precisar descarregar o seu revolver, ou sair atirando para todos os lados, colocando em risco a incolumidade física de terceiros. Trata-se do Princípio da Proporcionalidade também adotado com o surgimento do Direito Internacional.

Diante da evolução de conflitos e guerras no cenário internacional, surge no ano de 1648, o Direito Internacional Público, com a formalização do Tratado de Vestfália que encerrou a Guerra dos Trinta anos. Um dos objetivos do DIP é mitigar os conflitos através de um conjunto de princípios e regras que objetivam intermediar conflitos de forma pacífica.

Inexoravelmente, a guerra acompanha a civilização desde os primórdios até os dias atuais, lamentavelmente. Precisamos refletir sobre a raiz da guerra e dos conflitos, principalmente no que tange ao estudo de mentes insanas, que além de destruírem uma Nação, aniquilam vidas .Enquanto houver a Diplomacia da Guerra, sempre haverá um ferido ou uma vida subtraída que não estava no campo de batalha.

Como observamos, no decorrer de todos esses anos, houve um exponencial avanço tecnológico, científico e médico, mas parece que ocorreu uma digressão humana, pois o homem ficou estagnado, no que se refere ao seu aprimoramento moral e ao seu potencial de virtudes.

Em suma, diante de tantas ofensivas no bombardeio bélico e informacional, o pior dos destroços são histórias sem começo, sem meio, sem fim, órfãos de pais vivos, de pais mortos, ferimentos selados no corpo e na alma por “Destroços de Guerra”.

Juntos, podemos reconstruir os restos da humanidade, através de um ato simples que é a Conexão com o Nosso Criador.

Silvia Barroco

Advogada, professora e escritora.