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Lusófonos e suas Culturas

Sumário

Os países lusófonos são aqueles que têm/ou já teve o português como língua oficial ou dominante, fruto da expansão colonial portuguesa que ocorreu entre os séculos XV e XX. São eles: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Macau1, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Goa2, Damão3 e Diu4. Juntos, eles formam uma comunidade de mais de 240 milhões de pessoas, distribuídas por quatro continentes.

Lusofonia une povos de diferentes origens, etnias e tradições.

A lusofonia é, portanto, um fenômeno linguístico e cultural que une povos de diferentes origens, etnias, religiões, costumes e tradições. Mas o que significa ser lusófono? Quais são os valores, as identidades, as semelhanças e as diferenças que caracterizam essa comunidade?

Ser lusófono é reconhecer a riqueza e a diversidade da língua portuguesa:

Em primeiro lugar, ser lusófono é reconhecer a riqueza e a diversidade da língua portuguesa, que se manifesta em diferentes sotaques, vocabulários, gramáticas e literaturas. O português é uma língua viva, que se adapta e se transforma de acordo com os contextos históricos, sociais e geográficos em que é falada. É também uma língua que incorpora elementos de outras línguas, como o árabe, o tupi, o banto, o malaio, o chinês, o inglês, o francês, entre outras. O português é, assim, uma língua híbrida, plural e dinâmica, que reflete a complexidade e a criatividade dos seus falantes.

Ser lusófono é valorizar a cultura portuguesa, que é a matriz comum de todos os países lusófonos

Em segundo lugar, ser lusófono é valorizar a cultura portuguesa, que é a matriz comum de todos os países lusófonos, mas que também se diversificou e se enriqueceu com as influências das culturas locais. A cultura portuguesa é uma cultura de síntese, de diálogo, de abertura, de tolerância, de miscigenação, de inovação. É uma cultura que se expressa em diversas formas de arte, como a música, a pintura, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura, a gastronomia, etc. É uma cultura que se orgulha da sua história, mas que também se projeta no futuro.

Ser lusófono é participar de uma comunidade que tem objetivos e interesses comuns, que se baseiam na cooperação, na solidariedade, na democracia, nos direitos humanos, no desenvolvimento sustentável, na paz.

Em terceiro lugar, ser lusófono é participar de uma comunidade que tem objetivos e interesses comuns, que se baseiam na cooperação, na solidariedade, na democracia, nos direitos humanos, no desenvolvimento sustentável, na paz. A lusofonia é uma comunidade que se articula em torno de instituições como a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), que foi criada em 1996 com o propósito de promover e divulgar o idioma, a cultura e a expressão portuguesa, bem como de fortalecer os laços políticos, econômicos, sociais e culturais entre os seus membros. A lusofonia é também uma comunidade que se integra em outros espaços regionais e globais, como a União Europeia, a União Africana, o Mercosul, a ASEAN, a ONU, etc.

Concluo que, ser lusófono é ter uma identidade múltipla, que se constrói a partir da língua, da cultura e da comunidade portuguesas, mas que também se abre e se relaciona com outras identidades, outras línguas, outras culturas, outras comunidades. Ser lusófono é, enfim, ser cidadão do mundo.

  1. Macau foi colonizada e administrada por Portugal durante mais de 400 anos e é considerada o primeiro entreposto, bem como a última colónia europeia na Ásia ↩︎
  2. A língua oficial é o concani, mas ainda existem pessoas neste estado que falam português, pelo motivo do domínio de Portugal por mais de 400 anos. As suas principais cidades são Vasco da Gama e Pangin . Goa foi capital do Estado Português da Índia em 1510. Em 1960 existiram vários movimentos de libertação, e um dos mais marcantes foi feito pelo exército indiano em 1961, a maioria das nações reconheceram a ação da Índia, mas Portugal apenas reconheceu a anexação do Estado Português da Índia em 1974. ↩︎
  3. É uma cidade da Índia, capital do território da União de Dadrá e Nagar Aveli e Damão e Diu. Até 1961 foi sede de distrito do antigo Estado Português da Índia. ↩︎
  4. Fez parte do antigo Estado Português da Índia até que, em 1961, foi anexado pela Índia. ↩︎